terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Daquilo que é vulnerável...

Todo novo amor é um precipício diante de nós. Ao longo de uma vida cometemos vários pequenos suicídios quando nos lançamos, olhos cerrados e braços abertos, a essas quedas livres. Não há retorno, não há amarras ou paraquedas que nos garanta um pouso suave em solo macio. A satisfação que encontramos nestes arroubos de insanidade são os breves momentos de felicidade que nos distraem da queda até o momento em que encontramos o solo. Então... PUM! A morte.
 
Uma parte de nós morre com o amor que nos lançou no abismo. O resto de nós ressucita e nos conduz ao limiar de uma nova queda: fechamos os olhos, abrimos os braços e saltamos. O tempo que dura a trajetória, bem como o seu custo-benefício ao findar no solo são impossíveis de se determinar.
 
Há, na história da humanidade, lendas de felizardos que lançaram-se em abismos tão extensos, de amores tão profundos, que seus corpos pereceram antes que se finda-se o precipício. No entanto não há registros que comprovem.
 
Mesmo com tanta desinformação e tanto mistério envolta desta tradição, não há uma geração de homens que tenha posto fim nesta terrível mania que temos de nos lançar, morte após morte, suicídio após suicídio, destes abismos.

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