terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Inferno Astral

Entre os diversos efeitos colaterais de se viver, o mais notadamente incômodo é, sem sombra de dúvidas, envelhecer. Por sua vez, os aniversários, rituais oriundos sabe-se lá de onde e nos quais celebramos essa transição temporal que nos leva do nada a lugar algum, possuem um efeito igualmente perturbador sob os seus contemplados: o inferno astral.


A origem exata dessa expressão não é do meu conhecimento. No entanto, começo a sentir alguns sintomas que, julgo eu, apenas indicam o início desta patologia. O vírus se hospeda em uma lacuna provocada pelo envelhecimento e o crescente desejo humano de saciar seus desejos insaciáveis. 


Claro, não são todos os que carecem de objetivos e, felizmente não são afligidos por desejos repreendidos e/ou não realizado. No entanto, como não sou um destes semi-deuses, cá estou eu, há alguns dias do meu aniversário, lidando com os prejuízos.

Me aproximo dos meus 23 anos. Em suma, sofro prematuramente de inferno astral. Ainda não compreendo exatamente se minha geração é que ficou mais nova (imatura) ou se eu é que envelheci muito cedo. E antes fosse no bom sentido: aparentar alguns anos a mais é ótimo quando se está tentando burlar a segurança da balada aos 17, mas ver a cara de surpresa pouco agradável quando descobrem que você tem só 22 anos e não os 28 que pensavam... Bom... Aí a coisa muda de figura.


Dos males o menor. Outros sintomas incomodam muito mais: me formar, ganhar muito bem em um cargo público de alto escalão, não morar mais com os pais ou depender deles... Ou pior, não ter realizado nenhum desses objetivos.



O tal do inferno astral é uma patologia de difícil tratamento, mas não ouso dizer incurável. Alguns detalhes ainda que poderiam ser discutidos e que pretendo fazê-lo, mas não agora. São mais de 5:30 da manhã e a suprexposição ao sereno causa envelhecimento precoce, por isso boa noite...


(To be continued)

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